sexta-feira, 29 de junho de 2007

Devolva-me

Você se foi, levou tanto de mim, que já não há mais vazio, há sim, um vácuo infinito. Quero que me devolva tudo o que te dei. E não falo da camisa branca no Natal ou daquela foto minha que você deixava no seu criado mudo para me ver quando acordasse mesmo sem termos dormido juntos, como você disse quando comprou o porta-retrato.

Falo do que eu sou e ofereci a você. Falo do meu mau-humor e sarcasmo nos dias de TPM. Falo do meu riso fácil e esontaneidade nos outros dias do mês. Falo do meu ombro amigo nas tuas horas difíceis e do meu afago nos seus momentos de carência, ou da minha massagem nos seus ombros quando você estava tenso.

Te devolvo o colo que você me deu e a mão que me segurou para que eu não mais caísse e chegasse no fundo do poço. Devolvo também as noites ardorosas e o nosso primeiro beijo. Te devolvo todas as lembranças, tanto as alegres quanto as tristes. Faça com o elas o que quiser. Hoje, essas lembranças só me causam dor.

Só lhe peço que me devolva o que ainda resta de mim em você. O que tenho de mais precioso. Ainda que venha com danos, e eu sei que não serão poucos.

Por favor, devolva meu coração.

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